Coluna da Angélica- Implacável: MDB tira Emerson Jarude da CCJ

1-Contra

O  deputado Gerlen Diniz (PP) é contra a volta do  imposto sindical obrigatório. Aquele desconto dos trabalhadores para o sindicato de sua categoria. A falta dessa verba enfraquece os sindicatos o que por sua vez enfraquece a luta e a mobilização dos trabalhadores na luta por seus direitos.  É esse dinheiro que mantêm a autonomia e protege os interesses dos trabalhadores perante o  governo, prefeituras e demais  e órgãos decisórios. Sem imposto que garante uma renda fixa para as entidades sindicais, estas precisam apelar para doações. Vale ressaltar que sindicatos pagam advogados para defender os trabalhadores associados, oferecem serviços médicos e de lazer dentre outros.  Olhos atentos, observai. Não é uma imposição ao trabalhador. É uma garantia de ter apoio quando necessita.

2-Marielle Franco

A ocupação Marielle Franco permanece. A Terra Prometida é que foi “desprometida”. Marielle Franco consiste em 150 pessoas que ocupam uma área de apenas dois hectares que tem o apoio organizacional do MTST, Movimento dos Trabalhadores Sem Teto.  Sobre a Terra “Desprometida” onde as pessoas passaram pelo constrangimento de ter contra elas uma aparato de guerra com atirador de elite, o governador Gladson Cameli (PP) se encheu de clichês para justificar suas posições em relação ao fato e às novas determinações: determinação judicial não se discute, se cumpre; não posso passar por cima da justiça; tem muita politicagem no meio;  não colocar debaixo do tapete; não vou me curvar; não colocar a carroça na frente dos bois; quem cala consente, etc…E concluiu com a cereja do bolo: daqui a pouco você vai estar na sua casa e vão invadir. Ora, decisão judicial se cumpre, mas quem buscou com insistência essa decisão?  E não, Excelência. Não é politicagem. É falta de política de habitação. Vidas humanas não podem ser tratadas como politicagem. Além do que o normal é que o governador como chefe do Estado e da polícia receba críticas. Ninguém pode reclamar da situação ao 1º Ministro do Canadá ou ao governador do Texas. Ora, pois.

3-Interesses

A luta pela terra e moradia é parecida no mundo todo. Tomemos como exemplo o intrigante  incêndio que devastou Lahaina, no Havaí,  no dia 08 de agosto, e suas consequências.  O incêndio foi atribuído a mudanças climáticas. As sirenes de alerta não funcionaram apesar do sistema de sirenes da ilha ser o mais integrado do mundo, com a conexão de 400 sirenes espalhadas pela região. Nenhuma funcionou naquele dia. As ruas foram bloqueadas o que impediu a evacuação dos moradores. Mais de 100 morreram. 800 pessoas estão desaparecidas. A água para apagar o incêndio que acabou com mais de 3 mil construções foi negada sob a justificativa que “a água é uma dádiva dos deuses e portanto não deve ser usada de modo leviano”. As seguradoras recusaram-se a cobrir os danos. Os moradores que não terão como reconstruir suas casas começaram a receber propostas de compra de suas áreas, de investidores norte-americanos apenas 48 horas após o incêndio. Ou seja, dois dias depois, investidores já estavam negociando  o preço da terra arrasada. De acordo com o Redacted, canal de jornalismo investigativo, Lahaina era a única região do Havaí onde ainda não havia compra terras. Olhos atentos observam que as crises políticas e climáticas podem ser implementadas ou agravadas com o objetivo de transferir capital e propriedade das mãos de muitos para poucos. Lá como cá, más fadas há.

4-Não basta expelir

…tem que isolar. Atendendo ao pedido do deputado Tanízio Sá, líder do MDB, o deputado Emerson Jarude (Novo) foi retirado da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Jarude foi praticamente obrigado a sair do MDB e agora também da CCJ. Os deputados Edvaldo Magalhães (PCdoB) e Eduardo Ribeiro (PSD), juntaram-se ao protesto de Jarude. Aguardemos os próximos capítulos do Emerson Jarude na Geladeira, lembrando que este tipo de ação tende a transformá-lo em vítima. E o povo adora uma vítima.

5- Tanízio