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Coluna da Angélica- De governador a mago: Gladson é responsabilizado pela chuva que caiu no Acre

1-Não prospera

Com base nas últimas conversas posso adiantar que são vãos os esforços para derrubar o Delegado-Geral Henrique Maciel. O que se ouve é que é uma briga interna de grupos dentro da Polícia Civil e poucos, muito poucos mesmo, se dispõem a meter a mão no que consideram uma cumbuca de egos fervilhantes. Na solenidade de entrega das viaturas nesta terça-feira (21), tentaram entregar o documento da Adepol para o Chefe de Gabinete do governador  Coronel Messias que se recusou a receber e mandou que entregassem na Casa Civil. O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Luiz Gonzaga (PSDB), foi curto e direto: “o Legislativo é uma casa de leis. As decisões são do Executivo”. Ponto.  O governador Gladson Cameli (PP), disse que se o documento chegou não lhe foi entregue, mas antecipou que não vai tirar ninguém para atender a grupos. Ponto final.

2-Isolado

A decisão de Carlos Augusto Coelho (PSD), de lançar seu nome para vice de Alysson Bestene (PP), não tem o apoio do partido. A garantia é de gente mais próxima de Petecão do que Coelho. O senador Sérgio Petecão (PSD) está mais interessado na Secretaria de porteira fechada que está prestes a receber e na dobradinha com Gladson Cameli para o Senado em 2026, com o apoio da máquina estatal via Mailza Assis. A vice-governadora assumirá o governo quando Gladson se afastar para concorrer ao Senado e é nessa condição que Mailza concorrerá à reeleição. Não duvidem do sucesso desta arrumação. Gladson é hors-concours em eleição. Petecão, um gigante em campanha eleitoral e Mailza de bobinha só tem a cara. Saiu da condição de 1ª Dama de Senador Guiomard onde assumiu a Secretaria de Assistência Social para o Senado sem um voto. Chegou a vice-governadora e será governadora do Acre com os votos de Gladson. O professor Coelho parece ter uma compulsão pela função vice-prefeito. Dois meses atrás ele colocou seu nome para vice de Marcus Alexandre (MDB). Agora só falta bater à porta do Bocalom (PP).

3- Nome de peso

Alysson Bestene precisa de um nome de peso para vice. Um nome que agregue votos. A médica Rejane Holanda, esposa do deputado federal Eduardo Veloso (União), é apontada como a melhor opção . Segundo informações ela tem o apoio de 90% da Saúde, inclusive dos sindicatos ligados a área. Também conta com o apoio de pelo menos três deputados estaduais: Maria Antônia (PP), Adailton Cruz (PSB) e Pablo Bregense (PSD). Ao discursar na solenidade de entrega das viaturas enviadas pelo governo federal,  Eduardo Veloso pediu licença ao governador para elogiar Alysson. E desandou a elogiar o Secretário de Governo. Na sequência o casal foi visto em conversê com Alysson nos corredores da Aleac. Vai ligando os pontos. Ao contrário de Alysson que conta com a máquina do Estado e do Progressistas que está muito bem obrigado com o presidente da Câmara dos Deputados, Marcus Alexandre (MDB), conta com uma penca de partidos mas não o equivalente em votos. O partido dele, MDB, está sem comando da Câmara nem do Senado. E sem máquina. Alexandre “vai de pés”, como se diz em acreanês. É uma disputa indefinida e a ser observada.

4-MSC

O senador Alan Rick (União) e o deputado Roberto Duarte (Republicanos), deverão engrossar as fileiras do MSC, Movimento dos Sem Cargos, em breve. Pessoas próximas ao governador estão aguardando Gladson retirar os cargos dos dois por causa do apoio a Tião Bocalom. Alan quer ser governador e não perde nada se lançando. Se não der ainda terá 4 anos de Senado pela frente. Já o mandato de Márcio Bittar (União), encerra em 2026. A ideia de se lançar em dobradinha com Bocalom pode resultar num chopp na paradisíaca Manacapuru. Com uma bandeirinha de Israel adornando a mesa.

5-Volta à cena,

Javier Milei o presidente eleito da Argentina é um boneco do ventríloquo Maurício Macri. O ex-presidente é um milionário que presidiu a Argentina de 2015 a 2019. Ele é acusado de ser o responsável por quebrar a Argentina. Como presidente, pediu um empréstimo de 57 bilhões de dólares ao FMI. O empréstimo mais alto da história do país foi assinado sem avaliação do BC argentino. Segundo denúncias, Maurício Macri usou boa parte desses bilhões para salvar empresas da família dele. O empréstimo do FMI foi apresentado por ele como sendo “para cuidar da Argentina e especialmente dos mais carentes”. A desculpa de sempre. Independente de país ou regime. As exigências do FMI exerceram uma pressão considerável sobre o câmbio que levaram à desvalorização da moeda nacional. Um dólar passou a valer 23,40 pesos, o que provocou a elevação dos juros que passaram para 40%. A inflação disparou. Macri tentou a reeleição mas perdeu para  Alberto Fernandez que em 2022 teve que pagar 370 milhões de dólares só dos juros do empréstimo feito pelo antecessor. Macri voltou como iminência parda no governo Milei.

6-El millonario

A família Macri construiu um império que se estendeu como um polvo abrangendo áreas diversas que vão de fábricas de automóveis, obras de infraestrutura, energia,  operações no setor financeiro, como a Argencard, uma administradora de cartões de crédito com a marca MasterCard, e o Pago Fácil, uma rede de pagamento de contas muito popular na Argentina; telefonia; coleta de resíduos e duas offshore nas Bahamas. Chegaram a contabilizar joint-ventures e associações com mais de 120 empresas no mundo inteiro. No Brasil possuem a Qualix, uma empresa de gerenciamento ambiental, a construtora Civilia e a concessão da Rodovia das Cataratas no Paraná. Durante anos foram os donos dos Correios da Argentina que foram reestatizados por Cristina Kirschner. Tudo isso está no livro “Franco Macri, O Futuro é Possível. Franco é o pai de Maurício Macri. O homem que manejou as cordas de Milei durante a campanha. Em tempo, Milei está resistindo aos nomes indicados por Macri aos ministérios.

7-…y El loco

O currículo de Javier Milei inclui um período como goleiro de futebol e cantor de rock. Foi economista da Corporação América, que controla, entre outras empresas os Aeroportos  da Argentina. Em 2015  levou suas teorias econômicas “libertárias” aos canais de TV e rádios.  Era o combo perfeito para a TV: um economista de cabelo bagunçado, que falava coisas delirantes, explosivo e briguento. Transformou-se num fenômeno digital com uma legião de fãs no Youtube, Instagram e TikTok. O que em parte explica seu eleitorado formado por jovens desalentados. Sem estudo e sem emprego. Com esse apelo elegeu-se deputado em 2021 e deixou a Corporação América que tem presença no Brasil. Quando lançou sua candidatura a presidente, o dono da Corporação, Eduardo Eurnekian, declarou “o país não está em condições de aguentar outro ditador”. Milei é acusado de vender candidaturas majoritárias e embolsar o dinheiro do partido. De enriquecimento ilícito e de plágio de livros de autores mexicanos. Sua vice, Victoria Villarruel, fascista assumida, coordenará a Segurança e Defesa e será a presidenta do Senado. Este é o presidente que assumirá o governo da Argentina daqui a 18 dias. Diplomaticamente o presidente Lula (PT) disse  que a Democracia é a voz do povo e deve ser sempre respeitada. O presidente dos EUA, Joe Biden, não parabenizou Milei pela vitória. El Loco, como é chamado na Argentina, convidou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), para a posse e não convidou o presidente Lula. Milei ligou para o Papa Francisco e o convidou. O Papa deu o calado por resposta.

8-Dias seguintes

Javier Milei viaja para o Estados Unidos e para Israel antes da posse. Dois dias depois da eleição voltou atrás suavizando suas bandeiras de campanha. Decidiu não cortar os subsídios de energia e de água. Não privatizar a Saúde e a Educação. E em vez de cortar 15% do PIB da segunda maior economia da América do Sul, vai cortar “só” 13%. Mantém sua intenção de não ingressar no BRICS e sair do Mercosul. Mesmo assim, olhos atentos observam que sua política econômica pode ter sucesso se isso interessar a Extrema Direita dos EUA e Israel, países que detém o dinheiro do mundo, que usariam seu sucesso como propaganda. Entretanto investimentos desses países na Argentina ainda é uma incógnita. Israel despendeu muito dinheiro na destruição da Palestina. Precisa reconstruir e fazer as obras de exploração do gás na região. Os EUA precisam de autorização do Congresso mesmo que Trump se eleja. E Michelle Obama afia as unhas para enfrenta-lo nas urnas. Sem a Argentina, Lula se movimenta. O presidente do Brasil ligou para Úrsula Vonderleyen, presidenta da União Europeia, manifestando interesse em  fechar um acordo do Mercosul com a União Europeia. No BRICS  há um movimento para substituir Argentina pela Venezuela. Com o ingresso da Venezuela o BRICS 11 teria mais de 60% de todas as reservas de petróleo no mundo. O jogo está sendo jogado.

9-MP

Quando Danilo Lovisaro foi eleito Procurador-Geral de Justiça do Ministério Público pela primeira vez foi saudado por muita gente como a grande esperança. A recondução não teve fogos.

Bom dia, governador Gladson Cameli. Vossa Excelência fez um curso intensivo de dança da chuva? Pergunto porque o Diego Lins usou seu Instagram para agradecer a Vossa Excelência por ter mandado a chuva. E ainda completou: “esse governador é demais”.  Isso é que é levar a sério o “estar junto”. Na seca ou debaixo de um toró. 

Esta é uma coluna de opinião e reflexão

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Imagem- Gartic

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