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Coluna da Angélica- MDB e sua frigideira em fogo alto

1- Frigideira pronta

O MDB não tira a frigideira do fogo. Ela está sempre pronta para fritar qualquer um que não reze pela cartilha de Flaviano Melo.  Com isso não se renova. Desta vez, o queimado foi Emerson Jarude. O que torna muito difícil acreditar que Marcus Alexandre, pela sua trajetória se acomode com conforto num partido que passa com o trator do interesse por cima de seus quadros. É possível que o MDB tenha dado um tiro no pé, apostou muito alto e pode ficar sem nada. Segue a máxima do “quem não arrisca não se lasca”.  De acordo com político antigo do estado que acompanha o MDB há décadas, com a saída do Jarude o partido expulsou um monte de filiados. “Podem até não se desfiliarem, mas não vão trabalhar para eleger Marcus Alexandre. Essa história eu já vi outras vezes e em todas elas, os candidatos de última hora foram na balsa. Sinceramente, pelo que eu conheço do MDB será uma furada do Marcus Alexandre se filiar ao partido para ser candidato”, analisa.

2-…e fogo alto

Na reunião do partido  foi dito que tudo deveria ter sido tratado internamente, mas vazou para a imprensa. Ocorre que Emerson Jarude, que era presidente da Executiva Municipal do MDB só ficou sabendo do interesse do partido por Marcus Alexandre, pela imprensa. Quando Jarude disse que queria paz e sair sem briga, todos concordaram rapidinho e deram a licença para que ele saísse do partido, antes que pudesse voltar atrás. Uma espécie de “liberação compulsória” que provocou reação imediata. Batem no meu Whatsapp algumas delas. “Para você ter uma ideia, aqui em casa, de 8 votos, o Jarude tem 5. Outro afirma: “o MDB, já há muito tempo elege seus candidatos a proporcionais, sem a força partidária. É só verificar a votação da legenda partidária. A militância “Azulão” já não existe”. Feito registro.

3- Quebra

Discordo entretanto, dos que dizem que o MDB cada vez se quebra mais. Na minha avaliação esta é a prática do partido. Parece se interessar mais em permanecer no conforto da sombra dos outros, garantindo assim benesses para a diretoria do que expor a cara à luz com candidaturas viáveis. Esta é a conclusão possível. O partido não segura seus quadros. Pouco antes de Emerson Jarude, perdeu Roberto Duarte e Mara Rocha. Só permanecem os “cabeças brancas” e com as cabeças cada vez mais brancas apegados às antigas práticas. O tempo mudou e o MDB não viu. Pode-se discordar dos posicionamentos políticos de Jarude, mas é inegável que é um bom quadro que pode ser bem aproveitado por outro partido. Se ele encontrar um partido estruturado e com dinheiro para bancar a campanha, vai assustar muita gente. Até porque, nessa história, não é ele o vilão e o eleitor acompanha tudo passo a passo.

4-Xeque

A Comissão de Mulheres da Câmara Municipal colocou o prefeito Tião Bocalom (PP) em xeque. Um documento da Comissão deverá ser protocolado na quarta-feira (05), no Ministério Público pedindo investigação sobre a acusação de assédio sexual contra o Assessor Especial para Assuntos Institucionais da prefeitura,  Helder Paiva. Bocalom diz que não afastará Hélder sem ouvi-lo porque “precisa ouvir os dois lados”. Donde se conclui que o impulsivo prefeito já ouviu a funcionária da Câmara que afirma ter sido assediada pelo assessor da prefeitura. Bocalom é tão intransigente na defesa de seus assessores/secretários que até parece estar nas mãos deles por algum motivo obscuro. A tal das “Forças Ocultas”. Pode até não ser. Mas que parece, parece. O documento da Comissão de Mulheres da Câmara vai além. Pede que o MP acompanhe o processo e investigue os que tentarem dificultar. A Comissão tem a vereadora Elzinha Mendonça (PSB) na presidência e Lene Petecão (PSD) como vice-presidente. A jogada de duas rainhas pode engolir os peões e derrubar o rei. Pelo menos da posição de defesa incondicional seus colaboradores.

5- Sedução do Amazonas

Enquanto a deputada Socorro Néri (PP), participava da Caravana da Aleac que percorreu a Br 364, de Rio Branco à Cruzeiro do Su outros parlamentares do estado prestigiavam o Carnavale de Brasileia e outros ainda, se fizeram presentes no Festival do Feijão de Marechal Thaumaturgo, Eduardo Veloso (União), participava da Festa do Boi de Parintins. No Amazonas. Para os outros, o trabalho. Para Veloso, a diversão. Claro que ele tem direito à diversão. E nós à crítica. Afinal enquanto ele tiver mandato e for pago com dinheiro público será nosso funcionário. E estamos cansados de ser patrões omissos. Para a diversão existem os recessos parlamentares. Dois por ano. Priorizar a Festa de Parintins que acontecia simultaneamente a vários eventos no Acre pegou mal. Já tem gente que teme que daqui a pouco o deputado faça como o senador de seu partido, Márcio Bittar, e envie emendas para o Amazonas. Para quem não lembra, Márcio Bittar destinou emendas para o Mato Grosso e Ceará.

6- Passaram longe

A Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados realiza uma audiência pública hoje para debater os reajustes de tarifas de energia elétrica em Pernambuco e no Acre. O evento não foi solicitado pelos deputados federais do Acre e sim por dois parlamentares de Pernambuco.  Do Acre, só vi o nome do presidente da Energisa, Ricardo Xavier entre os nacionais Ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira e o diretor da Aneel, Ricardo Tilli.  Creio que isso diz muito sobre os deputados que foram eleitos pelo Acre. Morando em Brasília, parece que não estão nem aí para os altos preços da energia que é pago pela população do estado. Enquanto isso a população é explorada não apenas pela Energisa, mas também pelos gastos exorbitantes dos parlamentares com a Cota Parlamentar. Só a deputada Antônia Lúcia (Republicanos) gastou 207 mil e 838 Reais. O Coronel Ulysses (União) 161 mil. A maior parte dos reembolsos solicitados é de gastos com passagens aéreas e  divulgação das ações de mandatos. O que soa ainda mais estranho, porque o coronel Ulysses divulga muito seus artigos em defesa do endurecimento das leis e Roberto Duarte (Republicanos), que gastou 119 mil e 122 reais, se vangloria, segundo colegas de imprensa, de não precisar pagar por dispor de um site familiar. Ah! E a campeã de gastos, Antônia Lúcia, é proprietária de rádio e Tv. A menos que…Ficou com a pulga atrás da orelha? Eu também.

7-Cadê?

Me perguntaram por onde anda o governador do Acre. Não sei. Dizem que foi visto pela última vez dançando por aí.

8-Esmola 

Representantes estrangeiros vêm ao interior do Acre romantizar o modo de vida de indígenas, ribeirinhos e extrativistas. Deixam por lá pouco mais de 500 mil reais em equipamentos para “fortalecer projetos sustentáveis e gerar renda” e depois voltam para seus países na Europa onde podem palestrar sobre a vida exótica da selva. Nada mais fazem do que manter essas populações na mesmice da vida dura e sem melhorias efetivas. Apenas um paliativo para que continuem sobrevivendo na dureza. Aqueles que constituem uma barreira ao desmatamento realizando um importante serviço ambiental para todo o mundo na manutenção da vida do planeta merecem mais que as migalhas que os mantém eternamente presos a uma vida sem perspectiva. Merecem conforto em suas residências, condições de estudo, do fundamental ao universitário para seus filhos, saúde e  mobilidade. Não precisamos de esmolas dos países ricos. Precisamos que nos remunerem dignamente por evitar o caos climático no planeta. Somos nós que prestamos o serviço. Não podemos concordar em ser uma espécie de zoológico visitado de tempos em tempos por deslumbrados do Programa REM. Este louvado programa tem pouco mais de 2 milhões de reais para três projetos em territórios indígenas no Acre. Pouco mais de 600 mil para cada projeto. Se os que determinam a vida no planeta podem ser considerados os donos do mundo, os países ricos querem agir como donos dos donos do mundo. Não é justo. Não é digno de elogios.

Bom dia, Procurador da República Lucas Costa Almeida Dias, uma voz incansável na luta pelos Direitos Humanos que partindo do Acre ecoa pelo Brasil. Excelente esta ação sobre o crime cometido pelo pastor evangélico André Valadão, líder da Igreja Batista da Lagoinha que incitou seus fiéis a matarem pessoas da comunidade LGBTQIA+.  Fanatizando seus seguidores, Valadão disse “Deus deixou o trabalho sujo para nós”. A igreja de Valadão é a mesma que tinha em seus quadros o assassino de Daniela Perez como pastor. Culto da morte?

Esta é uma coluna de opinião e reflexão.

Contato- angellica.paiva@gmail.com

Imagem- !Stock

 

 

 

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