Coluna da Angélica- Apertem os cintos… mas o luxo continua

1- Dinheiro tem

A cidade de Cruzeiro do Sul está lotada de comissionados do governo que foram prestigiar a Expo Juruá. Estima-se que 80% das Secretarias de Estado levaram comitivas para a Expo Juruá. Não faltaram caminhonetes e diárias para os comissionados. Os mais atrasados tiveram que alugar casas e motéis porque os hotéis da cidade estão lotados. “Foram tantas caminhonetes que quase causaram um engarrafamento na BR 364”, diz o exagerado cruzeirense. Segundo o setor informal de notícias, desde quarta-feira  setores de algumas Secretarias de Estado estão fechados.  Foram todos para Cruzeiro do Sul. Inclusive o Secretário de Assistência Social. Os da Terra Prometida que foram despejados pelo governo acompanham as notícias sobre a Expo Juruá através dos celulares. Amontoados na frente da Aleac. A gente tropeça nos contrastes.

2-Cavaleiro solitário

Por aqui pelo jeito só ficou o Secretário Adjunto de Governo Luís Calixto. Justiça seja feita. Enquanto os outros se divertem na Expo Juruá, Calixto se descabela tentando reduzir os danos para o governo. Nesta quarta-feira, deu um jeito de realizar às pressas uma reunião entre deputados e a equipe da Secretaria de Assistência Social para tratar dos despejados da Terra Prometida. Decisão tomada após o bombástico discurso da líder do governo, Michelle Melo (PDT). A reunião foi tão repentina que já não havia mais parlamentar na casa. Eduardo Ribeiro (PSD), já estava chegando em casa quando recebeu a ligação informando que Calixto e a equipe da Assistência Social estava na Aleac. Arlenilson Cunha (PL) e Tanízio Sá (MDB) também voltaram. Michelle Melo, se recusou a participar. O atrito com Calixto não foi digerido. A líder do governo está no limite e o Secretário Adjunto de Governo sobrecarregado. Sozinho não vai conseguir segurar o governo por muito tempo. Enquanto todos exibem chapéus de cowboy em Cruzeiro do Sul, Calixto perde os cabelos na capital.

3-Sucesso de público

…mas não de negócios. Apesar do sucesso de público com a substancial ajuda dos cargos comissionados, as feiras agropecuárias continuam a ser arraiais. O próprio presidente da Fieac, José Adriano faz a crítica e desmente a informação do governo que a movimentação financeira da Expoacre 2023 foi de 100 milhões. “No máximo 60 milhões”, corrige Adriano. Do que se deduz que o governo do Estado andou maquiando os números. Superfaturou o lucro. Se isso aconteceu na Feira da capital, imagine a do Juruá. Claro que sempre tem quem se dá bem. Os donos de hotéis de Cruzeiro do Sul, por exemplo. Os vendedores de algodão doce também…

4-In the air

O governador Gladson Cameli (PP), não ficou em Cruzeiro do Sul. Embarcou no jatinho e voou para Cuiabá e São Paulo com destino final aos Estados Unidos. Em Washington, Gladson participa de um encontro do Lide até sábado (02). O Lide é um grupo de lobby que pertence ao ex-governador de São Paulo, João Dória (PSDB). Sua principal atividade é costurar relacionamentos entre empresários, políticos e juízes. Os empresários associados pagam mensalidades de mais de 10 mil e compram cotas de patrocínio nos eventos. A assessoria de comunicação governamental dourou a pílula, publicou que “Cameli terá um papel crucial no evento”. Segundo a assessoria ele vai  destacar as potencialidades econômicas e as oportunidades de investimento que o estado oferece. Então tá. Resta saber se Gladson levou os 5 seguranças na comitiva com diárias internacionais que chegam a 80% das de governador.

5-Dinheiro tem 2

Em plena época de contenção de gastos a presidenta do Iteracre, Gabriela Câmara, alugou um prédio por 30 mil mensais. A mudança da sede própria para a alugada iniciou nesta quinta-feira (31). Por baixo, o valor do aluguel daria para pagar o salário de pelo menos 15 servidores terceirizados. Pelo jeito a contenção de gastos só corta salários e postos de trabalho. Não atinge os luxos da equipe do governo. Abaixo foto da sede própria do Instituto de Terras do Acre e o prédio alugado, localizado na Avenida Ceará.

6-Fatos & Nomes

No auge do PT, quando era prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre (MDB) entrou com uma ação na Justiça para anexar ao seu nome, os sobrenomes Viana e Silva. Segundo ele, sobrenomes de sua esposa. Que por coincidência são os sobrenomes das maiores expressões do PT no Acre, os irmãos Tião e Jorge Viana e padrinhos políticos de Alexandre. E também da maior expressão do PT nacional, Luís Inácio Lula da Silva. Dessa forma, o ex-prefeito passou a assinar Marcus Alexandre Médici Aguiar Viana da Silva. O Silva que também é o sobrenome do presidente Lula contrasta com o Médici que também era o sobrenome do terceiro general que governou o Brasil com mão de ferro durante a ditadura militar, Emílio Garrastazu Médici.  O nome de amplas sugestões já está tão grande que nem dá para incorporar outro sobrenome. Como Melo, por exemplo.

7-História

Emílio Garrastazu Médici governou o Brasil de 1969 a  1974.  Seu governo entrou para a história como um dos mais repressores.  Todas as atividades políticas eram controladas e a censura foi reforçada. Nenhuma opinião contrária ao sistema era tolerada. O governo Médici foi marcado pela violência. Inclusive tortura e assassinatos.

8- Registro

Leitor atento comenta “O Marcus Alexandre tem toda a estrutura do PT com ele e ele negando que é petista (Sic)”. Feito o registro

Bom dia, leitor (a). Já que “carona” está na pauta de discussões e o governador do Acre corta os ares internacionais que tal sextar com a música de Guilherme Arantes Lindo Balão Azul? “Pegar carona nessa cauda de cometa, ver a Via Láctea, estrada tão bonita. Brincar de esconde-esconde numa nebulosa…”. Como sugestão, o filme “Apertem os cintos…o piloto sumiu”

Esta é uma coluna de opinião e reflexão

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Imagem- Brasil 247