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Coluna da Angélica- Colocar a carroça para puxar o cavalo não é uma boa ideia. Principalmente na política

1-Carroça na frente do cavalo

Custo a crer mas setor informal de notícias garante que a vice-governadora Mailza Assis (PP), reuniu a cúpula dela no auditório do Memorial dos Autonomistas na noite desta segunda-feira (15) para discutir seu Plano de Governo. Se o tema da reunião foi esse, é no mínimo extemporâneo porque a campanha para o governo do Estado só acontece em 2026. Daqui a quase dois anos. E o governador Gladson Cameli (PP) só tem a intenção de se afastar para disputar o Senado seis meses antes da eleição. O que significa que tem dois anos e nove meses no governo do Acre. Por isso a possível antecipação de um Plano de Governo de Mailza soa estranha. A menos que tenha informações que a gente desconhece. O julgamento do pedido de afastamento de Gladson do cargo de governador está marcado para o dia 19 de fevereiro no STJ. Mas não há certeza que será acatado. E se for, poderá voltar ao cargo em questão de dias como já aconteceu com outros governadores. Nesse contexto o suposto Plano de Governo da vice parece um  Plano fora de Época. Mailza é quase membro da família de Gladson. Seu namorado é primo do governador. Tenso.

2- Ideologia X poder

Todos os partidos correram atrás do Marcus Alexandre (MDB), quando este se desfiliou do PT. A declaração do ex-deputado João Correia (MDB), veio acrescida de algumas designações como o Progressistas e o Republicanos. Na entrevista ao jornalista Itaan Arruda, João Correia lembrou que todos os que ora criticam Marcus Alexandre, em geral tentando fazer uma ligação do ex-prefeito com o PT, vieram da Frente Popular (FPA), aliança política comandada pelo Partido dos Trabalhadores. “Apoiar quem está no poder é mais fácil que empurrar bêbado ladeira abaixo”. Nada como uma boa aula de história para refrescar a memória. E João Correia sabe o que todos fizeram no verão passado. Para o bem ou para o mal. O ex-vice governador Major Rocha (Sem Partido), comparou o deputado federal Ulysses Araújo (União), a um menino de recados de Jorge Viana (PT), quando este era governador do Acre. Na época, ressalta Rocha, Ulysses ocupava um cargo na antessala de JV.

3-Frente ampla

O MDB fez aliança com a Federação Brasil da Esperança (FE Brasil),  organização composta pelo PCdoB, PT e PV e com a Federação Rede/PSOL. E busca se coligar com a Direita democrática.  Aquele segmento com o qual é possível dialogar. Mas, avisa JC: extremistas não são bem vindos. Nem de Direita, nem de Esquerda. A bancada federal do Acre é composta por deputados de Extrema Direita e Direita com uma leve inclinação para a Centro Direita, analisou João Correia. Vale ressaltar que a população acreana elegeu uma bancada 100% de Direita e agora torce para que o TSE decida pela mudança que poderia levar Perpétua Almeida (PCdoB), Jéssica Sales (MDB) e Minoru Kinpara (PSDB) a assumirem meio mandato. Votaram na Direita e agora querem a Esquerda e Centro-Esquerda. Pegaram a fila errada e querem mudar no meio do caminho, quando teria sido menos traumático terem votado nesses candidatos em 2022. Pode ser que aprendam que é melhor olhar direitinho qual é a fila que anda.

4-Gestão

Pelas condições das ruas da cidade se conhece o prefeito. A antiga frase ressuscitada por João Correia, não depõe a favor do prefeito Tião Bocalom (PP). Se a cidade é um retrato da cara do prefeito Bocalom está mal na foto. As ruas da capital estão maltratadas. Cheia de buracos. Necessitam de uma intervenção de emergência para garantir um mínimo de funcionalidade. Como coordenador do plano de trabalho para a gestão Marcus Alexandre, João Correia sinaliza para um trabalho inicial simples e elementar que garanta uma cidade limpa e “não um criadouro de mosquitos”. Politicamente, define a possível gestão do MDB pautada em um relacionamento claro e respeitoso com o governo do estado e com a Câmara de Vereadores, independente de partido.  “A solução dos problemas necessita de união”. Marcus Alexandre provou ser um gestor de qualidade. Cabra bom de bico esse João Correia. Digo de oratória. Faz falta na tribuna da Aleac.

5-Posição difícil

Mas nem tudo são flores no partido que recebeu uma injeção de ânimo com a chegada de Marcus Alexandre. De dentro do MDB vem a informação que alguns caciques estão tentando jogar o deputado Tanízio Sá para escanteio. A princípio, a radicalização de Tanízio em não aceitar a Esquerda na aliança da capital é o que está criando atritos. E consequências. Tanízio é um bom deputado. Tem posição. Foi uma grata surpresa desta legislatura. Mas parece estar entrando na via ultrapassada dos radicais. Alguém precisa avisar os delirantes que o mais perto que o Brasil chegou do comunismo foi em jogo de futebol.  Para completar, Tanízio se equilibra numa corda bamba. Seu apoio ao adversário do governador na disputa pela prefeitura da capital, coloca seus cargos em jogo. Vale acompanhar como vai equacionar esses problemas.

6-Inaceitável

Inaceitável a omissão do Sindicato dos Jornalistas do Acre (Sinjac) em relação a agressão sofrida pelo jornalista Victor Augusto. Bombonzão  que cumpria uma pauta no Conselho Federal de Educação Física passou pelo constrangimento de ser expulso do local por policiais acionados pela direção do Conselho. O jornalista que estava no local em busca de esclarecer uma denúncia de profissionais de Educação Física contra seu Conselho foi acusado de ter invadido o recinto. O caso vai à justiça por iniciativa de Bombonzão. E deve ir mesmo. Mas o Sinjac tem  a obrigação  de defender seus associados. A presidência do Sinjac deveria ter se dirigido ao local na hora. Ter acionado o advogado do Sindicato. Ter distribuído uma nota de repúdio. Enfim, agido. Minha solidariedade ao Bombonzão e a todos os jornalistas que eventualmente passem por esses constrangimentos no exercício da profissão.

7-Estranho

A gestora de Políticas Públicas Núbia da Silva Gomes recebeu durante suas férias o comunicado que havia sido considerada culpada na conclusão de uma sindicância. Por causa disso ela receberá uma suspensão de 15 dias e desconto de 50% de seu salário. Apenas uma questão interna normal, que não chamaria a atenção não fosse o fato da servidora ter sido a autora da investigação que resultou na Operação Parking com o afastamento de quatro diretores do Deracre de Cruzeiro do Sul sob a acusação de desvio de verbas e uso indevido de bens públicos. O Deracre de Cruzeiro do Sul foi acusado de executar uma obra que seria de responsabilidade de uma empresa privada. Mais ou menos assim: a empresa teria vencido uma licitação e recebido pagamento mas quem executou com todo o ônus teria sido o Deracre. Segundo a gestora, a denúncia contra ela foi de assédio moral. Mas não teve possibilidade de defesa.  Nenhuma testemunha de defesa dela foi ouvida. A decisão contra Núbia foi assinada pelo Secretário de Administração, Paulo Roberto Correia da Silva. Na publicação do Diário Oficial suspensão foi escrita com Ç. Não passaria no Enem.

8-Carnaval X fundamentalismo

O prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima (União), proibiu o carnaval de rua nos principais pontos da cidade para não incomodar o Encontro Consciência Cristã, que vai acontecer no mesmo período na cidade. O evento terá como palestrante o pastor estadunidense Douglas Wilson, defensor da ideia de que a Bíblia autoriza a escravidão. O evento é organizado pela Visão Nacional para a Consciência Cristã, uma entidade conservadora liderada por diversas igrejas evangélicas. Felizmente, vários religiosos se manifestam contrários as ideias do pastor de Ultra Direita. Suas ideias são tão radicais que assustam até os conservadores. Tanto do Brasil quanto dos Estados Unidos, sua terra natal. Entre os que denunciam as atividades de Douglas Wilson e se preocupam com a presença dele no evento, está o teólogo Ronilso Pacheco que alerta para o fato dessa ideologia de extrema direita se valer de uma gramática religiosa para justificar sua visão de mundo e projeto de poder: “uma mistura explosiva do radicalismo cristão com novos movimentos de supremacia branca”. Um tipo de ideologia inaceitável num país altamente miscigenado como o Brasil onde a maioria da população tem um pé na África e outro na taba.

Bom dia, jornalista Luciano Tavares. Registrei para um possível futuro a breve confusão feita por  Itaan Arruda ao entrevistar João Correia “…o prefeito Luciano Tavares”. O nome foi corrigido, mas a ideia ficou registrada. Quem sabe né?

Esta é uma coluna de opinião e reflexão

Contato- [email protected]

Imagem- Eduardo O. Carvalho

 

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