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Coluna da Angélica- Dia D

1- Muito barulho

O barulho em torno do caso da policial civil que postou um vídeo no Instagram sobre o desabamento do teto da delegacia da Cidade do Povo está maior que o registrado no incidente. No vídeo, a policial diz que a delegacia passou por uma reforma esses dias. Uma maquiagem. Veja Aqui Na sequência ela gravou outro vídeo dizendo “querem calar a minha boquinha mas não vão. Não vou ficar calada. Estão acostumados a fazer isso e todo mundo fica quietinho”. Bem diferente da moça de cabeça baixa e voz mansa que esteve na Assembleia Legislativa nesta terça-feira (06). Não sei o que motivou a publicação do primeiro vídeo. Susto, talvez. Cravou a crítica. Já o segundo vídeo parece um desafio. Talvez uma sindicância seja uma reação muito forte, mas se fosse funcionária da iniciativa privada possivelmente seria demitida. Olhos atentos observam todos os ângulos.

2-Papel

A oposição fez seu papel. É preciso defender os servidores. Mas os servidores têm que conhecer seus limites. A moça alegou que o Sindicato da Polícia Civil tem vídeos mostrando a situação. Mas este é o papel do sindicato. O que não é o seu caso. Emerson Jarude (Novo), chegou a propor um Decreto Legislativo para suspender a sindicância. Desconheço a maneira como ele trata seus funcionários mas Michelle Melo (PDT), que levanta a voz em defesa da liberdade de expressão da policial, responde processo por assédio moral contra uma funcionária. Na reunião com os deputados para discutir o problema, a moça, em posição de destaque, estava ladeada por Jarude e Michelle. Se fosse um filme, esta imagem poderia ser colocada na categoria canastrice.  Mas em tempos de pré-carnaval, dá-se o  desconto.

3-Apuração

O desabamento do teto de um imóvel que passou recentemente por uma reforma é grave. Isso é inegável. E não passa despercebido nem pelos defensores que usam lentes cor-de-rosa para observar o governo. Poderia ter atingido uma ou mais pessoas. A atitude correta, portanto, seria convocar o responsável pela obra para se explicar. Obrigá-lo a refazer a obra sem ônus para o Estado e só utilizar o local depois de uma inspeção rigorosa e o aval que está dentro dos conformes. Investigar a policial é o mesmo que matar o carteiro que trouxe uma notícia ruim. Só não sei se o Legislativo tem a prerrogativa de interferir diretamente no Executivo a ponto de suspender uma sindicância interna. Por decreto. Mas não vou dizer que é jogo pra galera. Afinal não conheço os limites do poder legislativo. Talvez alguns parlamentares também não conheçam. Pero que hay, hay. Mas isso é tema para outro debate.

4-Exagero

Mas se a oposição exagerou na dose, o deputado Afonso Fernandes (PL), não ficou por menos. Para ele tudo não passa de uma orquestração para atingir o Delegado Geral de Polícia Civil, Henrique Maciel. É fato que existe uma guerra interna dentro da Polícia Civil. São grupos antagônicos que não dão descanso um ao outro. Mas na Aleac, o alvo é o governador. Gladson já pagou para ver e pelo que se sabe os esforços para atingir Henrique Maciel não devem prosperar. Para desgosto dos desafetos do Delegado Geral, o governador não pretende mexer com ele. Estão batendo na porta errada. O homem é forte. Muito forte mesmo. Dizem que tem até uma DECCOR nas costas. E nem por isso sofre com problemas de coluna. Pois.

5-Ação e reação

A oposição dominou a cena. Foram pancadas de todo o lado. Mas a base estava azeitada. Não fugiu do debate. Sem negar a gravidade do desabamento e um possível abuso de autoridade por instaurar sindicância destacaram pontos positivos do governo. A maioria também concordou que realizar uma sindicância sobre a conduta da policial é um exagero, mas a preocupação principal foi tirar o carimbo de perseguidor com o qual a oposição tentou marcar o governador. O problema nesse ponto é que esbarraram na sagacidade de Edvaldo Magalhães (PCdoB). Ao colocarem que a corregedoria tem autonomia e que Gladson não interfere, obtiveram a resposta do líder da oposição: “respeito o esforço da base, mas nem o Delegado-Geral nem o governador se manifestaram sobre a sindicância. Foi só publicação no Diário Oficial. O problema é quando o gestor toma conhecimento de um ato arbitrário e não age. Não se enfrenta a crise calando as pessoas”. Silêncio na base. No fechamento da coluna chegou a informação que o Corregedor-geral que abriu processo contra a agente que denunciou queda de teto da delegacia, deverá ser substituído.

6-Líder

A sintonia da base de sustentação do governo deve ser creditada ao deputado Pedro Longo (PDT). Apesar de ser vice-presidente da Assembleia Legislativa atuou como líder do governo…como sempre. É esperto e tem liderança. Evitou o desgaste maior. Aliás, ninguém sentiu falta do líder oficial. Só para constar. O presidente do Poder Legislativo do Acre, deputado Luiz Gonzaga (PSDB), por sua vez, deu exemplo de democracia. Não cerceando o debate e permitindo que a policial fosse ouvida pelos parlamentares no plenário da casa. Gladson Cameli (PP), não tem do que reclamar. Nem a oposição.

7-Na real

O deputado Tanízio Sá (MDB) é outro que bate um bolão. Atento, não deixou passar batido quando a policial disse que ser destacado para a Delegacia da Cidade de Deus é chamado de punição por ser longe. “Quando eles querem punir alguém mandam para lá ou para outros municípios”. Tanízio só não pulou porque é educado. Polidamente chamou a atenção da servidora para respeitar as 10 mil pessoas que moram na Cidade do Povo. “São brasileiros que moram ali e necessitam do trabalho dos servidores públicos. Ninguém é melhor que ninguém”, disse destacando que quem passa num concurso público tem que prestar o serviço. Seja onde for. A reprimenda só não chamou mais atenção que seu colega Marcus Cavalcante (PDT) e sua vasta e nova cabeleira. Com direito a topete e tudo. Em tempo, o governo do Estado deveria distribuir a todos os servidores efetivos a cartilha com os direitos e deveres do funcionalismo público. Antes dos concursos.

8-Causa própria

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), delimitou território na abertura do ano legislativo. Disse que uma das prioridades do Senado em 2024 é a discussão sobre o fim da reeleição…de mandatos executivos. Ou seja, de presidente da República, governadores e prefeitos. Fala o senador que tem mandato de 8 anos. O equivalente a dois mandatos de presidente, governadores e prefeitos. Pacheco também quer colocar em pauta a imposição de limites aos poderes  do Supremo Tribunal Federal (STF). O povo que observa o absurdo de mandatos de 8 anos para senadores vê estarrecido essas prioridades. Olhos atentos observam que o ideal é o fim da reeleição geral. Nenhum político deveria poder concorrer à reeleição. Isso cria feudos. Mandatos eternos. Quem quisesse disputar teria que concorrer a outro tipo de mandato. Por exemplo, um senador que quisesse continuar na política poderia disputar uma vaga nos Legislativos. Estadual ou federal. Mas nunca para o mesmo cargo. E os mandatos todos deveriam ter o mesmo limite de 4 anos. Mas cadê os parlamentares dispostos a enfrentar o injusto sistema político brasileiro? Só puxam a brasa para o seu assado.

Bom dia senador Alan Rick (União). Ainda que mal pergunte, o Ministro Juscelino Filho das Comunicações virá ao Acre a cavalo ou está previsto um leilão de cavalos de raça no estado? Dizem que Juscelino é fissurado em cavalos. A ponto de ter um patrimônio de pelo menos R$ 2,2 milhões em cavalos de raça. No ano passado ele chegou a mentir que estava em missão oficial para ir a um leilão de cavalos. Com direito a diárias e usando avião da FAB. Bizarro né?

Esta é uma coluna de opinião e reflexão

Contato- [email protected]

Imagem- Contilnet

 

 

 

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