Coluna da Angélica- o jogo de enganação da política

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Coluna da Angélica- o jogo de enganação da política.

O pedido em vão foi do deputado Jonas Lima (PT). Lima não gostou da recém adquirida notoriedade como um dos responsáveis pela implosão da CPI da Educação. Impossível, deputado. Como político com a experiência adquirida ao longo de três mandatos deveria ter aprendido que todo bônus tem um ônus. Retirar a assinatura de uma CPI pedida pelos trabalhadores em Educação e endossada pelo Sindicato da categoria não será facilmente esquecida. Invocar o nome de Deus (em vão) e um “grupo político” informe, que poderia ser traduzido por interesses familiares só vai continuar a mante-lo em evidência…negativa. Embora para ser justa, a culpa pela implosão da CPI deva ser creditada na conta do governador Gladson Cameli (PP). Jonas Lima e Fagner Calegário (Podemos), não passaram de buchas de Gladson, que por sua vez estaria tentando impedir que a investigação atingisse pessoas lhe são muito caras. Outro esforço em vão. Nada fica escondido para sempre.

 

Jonas diz que não sai do PT.

 Nem tem motivo para isso. O irreconhecível PT 2021, está com baixos teores de combatividade. Ou está com a síndrome do cansaço precoce ou realmente existe a possibilidade de um acordo com o governador Gladson Cameli, visando as eleições de 2022. Uma espécie de reedição do que foi feito com o tio dele, Orleir Cameli. Jonas que sempre foi tratado pelo partido como um deputado de segunda, recebeu um salvo conduto da direção estadual para barrar a CPI. Daniel Zen engoliu o sapo sem um suspiro e deu o assunto por encerrado, apesar de ter sido o autor do requerimento da CPI. Felizmente Leo de Brito salva o nome do partido com sua irrepreensível atuação na Câmara dos Deputados.

– Suspeita

Existe a possibilidade da CPI da Educação ter sido publicada. Na avaliação de alguns deputados, este seria o motivo do sumiço do Diário Oficial do Legislativo. Se for confirmada a suspeita, a CPI terá que ser instalada, porque a retirada tardia das assinaturas não vale. Teriam que ter sido retiradas antes da publicação para inviabilizá-la. A ação de alto risco, caso se confirme, pode ter um resultado desastroso. De acordo com o Decreto Lei 2.848, a pena para a falsificação de documento público, no todo ou em parte, é a reclusão de dois a seis anos e multa. Se o(s) agente(s) for funcionário público e tiver cometido o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. Tudo o que a Assembleia Legislativa do Acre não precisa é sofrer novas operações policiais, mas se sofrer que não sobre apenas para as sardinhas, que se pegue os tubarões, porque se a fraude tiver sido cometida foi ordenada por alguém. Nenhum funcionário tomaria tal iniciativa.

– Fora

O governo do estado vai perder cerca de R$ 230 milhões a partir dos próximos dias. Os deputados federais avaliaram que a incapacidade da equipe do governo em elaborar projetos pode colocar as emendas a perder. Por esse motivo decidiram colocar as emendas diretamente para os municípios. Dessa maneira o estado não perde dinheiro, quem perde é o governo. Mas não apostem um centavo no bom humor do governador com essa decisão, apesar de há tempos a bancada federal vir ameaçando tomar essa atitude. Os deputados federais já estão realocando os recursos e os direcionando aos municípios. Para o governo restarão apenas R$ 40 milhões do total de R$ 270 milhões. Aguardemos os próximos capítulos.

– Climão

O Progressistas não está nada satisfeito com o governador. Ao voltar para o partido, Gladson prometeu fortalecer a sigla, mas está fortalecendo o Podemos de Ney Amorim e debaixo do braço de Márcio Bittar (MDB). Essas mexidas no tabuleiro político levaram Alyson Bestene a repensar a saída do partido e a articular a candidatura a deputado federal pelo PP, enquanto a candidatura a vice na chapa de Gladson que havia sido prometida a ele, já aparece como prêmio à Socorro Néri (PSB). Para completar, o grupo da senadora Mailza Gomes (PP), também não está gostando da paparicação de Gladson à Marcio Bittar e da promessa de apoio à candidatura de Márcio Bittar ao Senado, quando Mailza é a candidata natural do partido. A situação está complicada, o governador puxa o MDB para o lado dele, mas pode perder seu partido o PP, que está “até aqui de mágoas”. E com razão.

– Relações

Se tem alguém a quem Gladson deveria tratar com a máxima consideração e gratidão é Nicolau Júnior (PP), seu cunhado. Nicolau segurou na surdina todas as barras de Gladson e dividiu publicamente todos os louros com ele, mesmo quando não merecia. Quando viu que seria derrotado na eleição da capital, Gladson correu para Cruzeiro do Sul. Nicolau foi o grande responsável pela vitória de Zequinha Lima (PP), mas não se incomodou em dar um passo atrás para que Gladson aparecesse em primeiro plano na foto. Ve-lo agora de braços dados com pessoa suspeita de te-lo prejudicado, é ser duplamente ferido. A política é dinâmica mas não pode ser usada como sinônimo de ingratidão. Parece, só parece, que Gladson está preparando o futuro de Roberto Duarte (MDB), aliado de primeira ordem de Márcio Bittar.

-…de risco

Aliás nessa relação entre Márcio Bittar e Gladson Cameli, não se sabe quem está enganado quem ou se todo mundo engana todo mundo. Márcio dá corda para Gladson enquanto prepara sua própria campanha.
Gladson se pendura em Márcio enquanto enche o governo de membros do PT ou de pessoas que serviram todas as administrações petistas e coloca na Secretaria de Educação, um membro do PSB. Na Seict, Fernando Lima, irmão de Dudé Lima, e Eduardo do PT, na construção do planejamento da Secretaria de Indústria e Tecnologia, além do ex- secretário de Planejamento de Jorge Viana (PT), Gilberto Siqueira, que está no governo Gladson através de contratos ocultos de projetos. Some-se a isso a nota oficial do PT desculpando o deputado Jonas Lima por ter retirado a assinatura do pedido de CPI da Educação e tem-se uma imagem do jogo. Pelo jeito o único enganado de fato nesse jogo é o senador Sérgio Petecão (PSD), que primeiro acreditou em Gladson Cameli e depois, na possibilidade de uma aliança com Jorge Viana.

– Petecão

O senador Sérgio Petecão, sem o qual Gladson não dava um passo antes de assumir o governo, caiu em desgraça junto ao governador que usou com ele a mesma tática utilizada contra o vice-governador Major Rocha (PSL). De dentro do palácio vem a informação que Gladson está com uma lista dos remanescentes do PSD no governo à espera de um movimento de Petecão para assinar a exoneração. Como o governador confunde governar com usar sua famosa caneta azul, o Acre in Foco vai criar uma coluna especial, destinada a divulgar diariamente a lista dos exonerados e dos contratados do dia.

– Reação

A deputada Vanda Milani, que também já ocupou o posto de “queridinha do rei”, pode seguir o mesmo caminho de Rocha e Petecão. Gladson está mais interessado em fortalecer o Podemos, partido que está acolhendo os exilados do PROS, que deverá ir para o controle de Milani. Mas a deputada agiu rápido e denunciou que sua emenda de R$ 18 milhões para a urbanização da orla do rio no bairro Quinze, corre o risco de ser devolvida por falta de projeto. Perder dinheiro por falta de projeto é atestado de incompetência. Vanda carimbou, embora tenha dourado a pílula apontando para a Sedur. Mas, para bom entendedor pingo é parágrafo. Vanda Milani é uma águia destemida e não seria saudável te-la na oposição, embora esteja agindo com cautela nesse momento pré-eleitoral.

– Base ampliada

A prefeita de Tarauacá, Néia Sérgio (PDT), administra o muncípio sem oposição, pelo menos até agora. Dos 11 vereadores, nenhum levanta a voz para cobrar ou apontar os equívocos. Oposição é fundamental para garantir o equilíbrio do poder. Até o vereador Manuel Monteiro (PCdoB), parece ter sido cooptado. Está caladinho. A filha dele recebeu um cargo na Secretaria de Saúde do município e o filho na Secretaria de Esportes. Em outros tempos, o PCdoB teria expulsado quem agisse dessa maneira. Chagas Batista estaria perdendo a mão? As relações de poder nos municípios do interior do estado são muito mais complicadas que as da capital. São quase avassaladoras.

Bom dia, deputado Roberto Duarte (MDB), voltou de Brasília de carona no jatinho do governador Gladson Cameli e tudo? Desse jeito fica difícil protestar contra o gasto de mais de R$ 80 mil para fretar o avião né?

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