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Coluna da Angélica- Derrota da CPI, vitória dos negócios
Coluna da Angélica- Derrota da CPI, vitória dos negócios

Coluna da Angélica- Derrota da CPI, vitória dos negócios

– Sem novidade

A decisão do deputado Fagner Calegário (Podemos), de retirar a assinatura do pedido de CPI para investigar indícios de irregularidades na Secretaria de Educação, não causou surpresa. Há muito que a fama do parlamentar o precede. O que ficou pior para Calegário foi a tentativa de justificar a atitude, dizendo que impedir a CPI iria garantir a comida na mesa dos terceirizados. Argumento pueril e ofensivo à inteligência alheia. Aliás essa característica de subestimar a inteligência alheia é típica de Calegário. Aos deputados do grupo de oposição e independentes afirmou que retiraria a assinatura do pedido de CPI mas manteria sua linha crítica alinhado aos independentes. Ouviu como resposta do líder da oposição, deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB), um lacônico: “Por favor, retire-se do grupo”. Em tempo, na semana passada, Calegário, bravateava que não arredaria um milímetro do dever parlamentar de investigar o governo e que dali em diante assinaria todos os pedidos de CPI. Coragem “flaquita” não resiste a um agrado.

– Caiu no conto

O esperto Calegário caiu no conto de Gladson. Ficou sem o respeito da oposição/independentes e não conquistou a simpatia da base de sustentação. Pelo contrário. Os deputados da base vão olhar com lentes de aumento para os benefícios conquistados por Calegário na pressão da CPI e comparar com os seus. Não me surpreenderia se o parlamentar ficasse isolado na Assembleia Legislativa. Uma vez impedida a CPI, expira o prazo de validade de Calegário para o governo do estado. Bocado comido, bocado esquecido. Passado o efeito CPI, não terá como voltar para o grupo dos independentes. Ficará sem moral para criticar o Executivo. Não terá poder de pressão contra o governo. Não será, como não é, bem vindo na base. Gladson Cameli deu um xeque-mate bem dado e Calegário vai aprender que não existem caminhos para quem não sabe para onde ir.

-Dividida

A questão Calegário evidencia além da fraqueza do deputado, o temor do Executivo em ser investigado, apesar de se igualarem nas bravatas. O governador também alardeou que era a favor da CPI porque “quem não deve não teme”. O temor está claro. Leitor da coluna desabafa: ” A postura do Deputado é absurdamente desonesta, mas o uso da máquina pública para comprar posturas é doentio, é suborno escancarado, é imoral”. Em tempo, para que alguém se venda, é necessário alguém que compre. Essa prática é tolerada na política brasileira, embore os puristas aleguem ser um tipo de corrupção. Vale ressaltar que corrupção não se pratica só. Para que haja o corrupto é necessário que haja o corruptor. O deputado Edvaldo Magalhães resumiu a questão: “A disputa foi entre o interesse político e os negócios. Venceu os negócios. A disputa foi entre o interesse público e o privado. Venceu o interesse privado”.

-Triste figura

Não pode ser deixado de jogar luz também sobre a atuação do presidente da Assembleia Legislativa, Nicolau Júnior (PP), que preside ao arrepio das regras para defender o cunhado governador. De acordo com o Regimento Interno, uma vez preenchidos os requisitos regimentais, a proposição será publicada por encaminhamento da mesa. Apesar do pedido de CPI ter preenchido todos os requisitos regimentais, Nicolau não encaminhou para a publicação para dar tempo ao governo de conseguir a retirada de assinaturas. Impediu a publicação por 24 dias. Os deputados de oposição e o gupo dos independentes poderia ter acionado a justiça, mas se deixaram enrolar pelas promessas. Perderam a chance de apensar ao currículo do deputado-presidente mais um processo.

– Estranhos acordos

Difícil de compreender esse acordo de cooperação técnica entre a Assembleia Legislativa do Estado e as Polícias Civil e Militar do estado. A Assembleia tem sua própria Polícia Legislativa, mas constantemente policiais são cedidos para prestar serviços no Legislativo. Apesar do caso mais famoso ter sido a cessão do ex-secretário de Segurança, Emylson Farias (PDT), no dia 06 de maio outros dois policiais, um civil e um militar foram cedidos para prestar serviços na Assembleia. Os policiais do estado nada podem fazer em relação às incursões da Polícia Federal na casa. Em tempo, as investigações sobre o presidente Nicolau júnior são da Polícia Federal.

– CPI genérica

Com a CPI da Educação abortada, a lógica é que caia também a CPI Genérica. A segunda perde o sentido. A Genérica recua ao governo anterior, mas também propõe uma investigação sobre o atual. Entretanto com ou sem CPI em qualquer área será difícil segurar a divulgação dos indícios de irregularidades que começam a pipocar em várias secretarias. A tribuna da Assembleia Legislativa continua a ser um canal de divulgação importante. Quando a imprensa e o poder estão de bem o povo fica mal. Só para constar.

-Mostrou o caminho

A Educação foi às ruas mostrar sua insatisfação e abriu caminho para as outras categorias. Na quinta-feira serão os militares com um adesivaço. Os militares vão colar em seus carros adesivos com as promessas não cumpridas do governador e a frase ” O CPF do governador está negativado com os militares. Prometeu tem que cumprir”. As manifestações são como bolas de neve, basta um empurrão para crescer. Dois anos é o prazo para que as realizações de um governo comecem a aparecer…as manifestações também. Acabou a Lua de Mel. A partir de agora começam as dores de cabeça para o governador. O que mostra que para manifestar e cobrar e só começar.

-Campanha

Não é segredo para ninguém dentro do MDB, a intenção do senador Márcio Bittar disputar o governo do estado. Ele pretende renovar a força do presidente Jair Bolsonaro no estado e montar o palanque para Bolsonaro no Acre.
Sonha alto. Não consegue nem unir o MDB em torno da candidatura dele, imagine conseguir votos fora do partido. O MDB do Acre abriga 4 tendências ou grupos dentro dele. Cada grupo reivindica sua autonomia e não se submete às diretizes da executiva estadual. Consciente disso, Márcio tenta fortalecer seus partidos satélites. Recentemente tentou levar a secretária de Turismo, Eliane Sinhasque para o Republicanos.

-Mostrando as garras

O Secretário de Saúde, Alyson Bestene aparenta estar muito enciumado com o retorno do ex-deputado Ney Amorim (Podemos), às disputas políticas. Até a volta de Ney, Alyson reinava absoluto como o insubstituível para Gladson Cameli. Ney tem mais experiência política, mais carisma e melhor oratória. Sagaz, Ney busca fortalecer o partido para crescer junto. E está juntando um bom time. Além de Eliane Sinhasique e Rodrigo Damasceno, surge o nome de Socorro Néri para o Podemos com a possibilidade de vir a ser a vice de Gladson em 2022. Cargo prometido anteriormente a Alyson Bestene.

-Ascendente

A atuação política do Roberto Duarte (MDB), segue num ritmo ascendente o que credencia a disputar um mandato de deputado federal em 2022. As divergências em relação às decisões fisiológicas do partido o fizeram crescer na aceitação popular. No início do governo Gladson Cameli, quando o MDB integrava inteiro a base do governo, Roberto optou por um mandato independente. Assim permaneceu quando o partido decidiu se afastar do governo e assim permanecerá com o retorno do MDB à base: “A minha situação não é de retorno. Nunca pertenci a base”.

-Cargos

O senador Márcio Bittar (MDB), que ocupa importante espaço no primeiro escalão do estado, está mirando cargos e representações de repartições estaduais no interior. Aí é onde reside grande parte do poder que terá importância fundamental nas próximas eleições. Nesses cargos se dá o verdadeiro exercício do compadrio, da influência política no varejo e que rende dividendos de votos e apoio. Bittar aponta essa presença do MDB nesses cargos de terceiro e quarto escalão como uma “dívida” do governador com o partido, acenando que essa seria a maneira de vencer resistências dentro da legenda, com algumas lideranças ainda recalcitrantes. É bem a cara do MDB, ocupar todos os espaços possíveis. A nota é da jornalista Socorro Camelo do site Acre ao Vivo, que assim como eu, mantém um site sozinha. Como diz Socorro, somos Euquipe.

Bom dia deputado Fagner Calegário, porque será que o povo está dizendo que a retirada de sua assinatura da CPI da Educação é uma ação preventiva para evitar uma CPI das Terceirizadas? Houve essa ameaça? O povo quer saber…

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