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Coluna da Angélica: Acre, uma realidade paralela

Realidade Paralela

O governador Gladson Cameli (PP), tenta criar uma realidade paralela com pautas positivas para se sobrepor aos escândalos de seu governo.  Voltou da Europa anunciando aumento salarial, obras e contratações, entre outros. Nenhuma palavra sobre a crise política e os escândalos. Nada foi dito nem lhe foi perguntado sobre os precatórios que virou caso de polícia com inquéritos na Polícia Civil e na Polícia Federal e levou à exoneração do Procurador Geral do Estado pelo governador em exercício, Major Rocha (PSL). Gladson desembarcou com a caneta na mão, pronto para anular a exoneração. Tornou-a sem efeito, reconduziu o Procurador ao cargo e encerrou o assunto. Mas por debaixo das cinzas a brasa arde. E as orelhas também. O Volvo que andou circulando pela cidade é ostensivo demais para não ter sido percebido.

Silêncio opressivo

Esperava-se que ao reassumir o governo, Cameli, em respeito à população do estado que administra, convocasse uma entrevista coletiva sobre o polêmico tema dos precatórios. Afinal, tanto o depoimento do ex-Procurador Geral de Justiça, Edmar Monteiro, quanto o pronunciamento do deputado Daniel Zen (PT), apontam para indícios de envolvimento de pessoas da administração dele, inclusive seu advogado. O nome da esposa do governador, a primeira dama do estado também aparece como tendo trabalhado no escritório que comprava precatórios com deságio. Para que não pairassem suspeitas sobre a primeira dama, a lógica seria a defesa do marido governador. Nem isso fez. Desandou a dar entrevistas sobre temas genéricos, com respostas aleatórias, como “a garantia das futuras gerações depende da preservação ambiental”, batendo na velha tecla bem conhecida por todos há pelo menos duas décadas. Não convenceu. Leitor desabafa via e-mail: “Atuação fraca, discurso não convincente”. Feito o registro.

Promessas & Promessas

Gladson Cameli, em cujo currículo não consta o cumprimento de promessas e inclusive disse ter esquecido as promessas de campanha em consequência das sequelas da covid, prometeu convocar os concursados do Idaf. A população aguarda com curiosidade, até porque o Tribunal de Contas do Estado está verificando as contas do estado e a informação preliminar é que a contratação não poderá ser efetuada porque ultrapassa o limite de gastos do estado. Pelo jeito o prometido aumento para o funcionalismo público está na mesma lista, apesar da frase de impacto: “eles merecem muito”. Aguardemos.

Covid

O governador do Acre que sempre puxa a pandemia de covid-19 como o Ás da manga, tanto para justificar a ausência do Estado em vários setores como a presença. Ele cita as obras dos hospitais de campanha, sem mencionar que a obra do hospital de campanha de Cruzeiro do Sul está sob investigação da Polícia Federal por suspeita de sobrepreço de 50% e envolvimento de empresas ligadas ao governador. Outra grande obra sempre citada é a duplicação da via de acesso ao aeroporto de Cruzeiro do Sul, que também está sendo feita por empresas de familiares do governador. Palavras a meia-luz e parte importante sob as sombras.

Corretíssimo

Correta a decisão do Secretário de Segurança, Coronel Paulo Cezar, em desautorizar o show do Mc Poze. Nada contra a arte, diversão ou ressocialização. A intenção de evitar uma explosão de violência com guerra de facções é louvável. O DJ é investigado pela polícia por ligação ao tráfico, e por integrar a maior facção criminosa do Rio de Janeiro, o que motiva reação de membros de outras facções onde se apresenta. Por esse motivo já teve shows cancelados em outros estados. Quando teve um show anunciado em Manaus,  foi ameaçado de morte pela Facção CDN (Cartel do Norte), da capital do Amazonas, caso aparecesse para se apresentar na cidade. “MC Poze, broza em Manaus sei maldito cv c#”, escreveram. De acordo com a polícia do RJ, ele incita a violência, promove o grupo criminoso, participa de shows pagos pelo tráfico e já foi preso por apologia ao crime, corrupção de menores e tráfico de drogas. A motivação comercial não pode se sobrepor à segurança pública.

Sem plano B

Eleitores da deputada Mara Rocha afirmam que manteriam a fidelidade a ela no caso de um apoio do PL local ao possível candidato à presidência da República, Sérgio Moro (Podemos). Na política local,  avaliam como positiva uma união dos dois partidos, que colocariam juntos, Mara Rocha e Ney Amorim (Podemos). Mas Mara tem posição. É bolsonarista convicta e apesar da admiração por Sergio Moro, por sua atuação na Lava Jato, não arreda um milímetro na posição de defender Jair Bolsonaro. Para ela é “com Bolsonaro onde ele estiver”, com o perdão dos gremistas pela apropriação da frase do hino do time: “com o Gremio onde o Gremio estiver”, nem que seja na seria Z. O PL nacional já trabalha com a possibilidade de liberar os diretórios estaduais para apoiar quem quiserem, até mesmo Lula (PT), caso Bolsonaro desista de se filiar ao Partido Liberal. Nos próximos meses muita água vai passar por debaixo da ponte. Período de turbulência política se aproxima para todos os partidos.

Planos C e D

O PCdoB é outro partido que vai precisar de alianças para 2022, apesar da inquestionável qualidade de seus quadros, encontra dificuldades. Nada que afete a bile do deputado Edvaldo Magalhães que tem estômago de avestruz. Certa feita ele assustou a “baixinha”, cozinheira do senador Sérgio Petecão (PSD), ao misturar no mesmo prato rabada no tucupi, feijão preto e ovo frito. Para quem tem um organismo com esse paladar, percalços políticos são engolidos  sem o auxílio de digestivos.

Infantil

Infantilóide essa ideia que estão tentando colar que quem se posiciona contra o orçamento secreto é contra o desenvolvimento do Acre. As pessoas são contra a falta de transparência que pode favorecer a corrupção e até o enriquecimento ilícito com dinheiro público e não contra o progresso do estado. São coisas bem distintas. Na década de 1960, Paulo Junqueira Duarte cunhou a frase depreciativa “rouba mas faz”, com a qual anos depois, o ex-governador de São Paulo, Paulo Maluf foi estigmatizado. Maluf acabou preso por lavagem de dinheiro e desvios de dinheiro em obras. Durante sua passagem pela prefeitura de São Paulo,  Maluf desviou 56,89 % dos recursos. Ou seja, mais da metade do dinheiro público da capital paulista foi parar na conta de Paulo Maluf. Ele foi prefeito de São Paulo por duas vezes. A última de 1993 a 1996.

 

Bom dia, Promotor de Justiça Rodrigo Curti. É verdade que vossa excelência tem como principal cabo eleitoral , nada menos que a atual Procuradora-Geral do Ministério Público do Estado, Katia Rejane, na disputa pela chefia do MPE? Campanha acirrada né? 

Foto – Blog: Através do Espelho

Esta é uma coluna de opinião

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